A gente só se dá conta de que está velho quando acontecem alguns fatos na nossa vida, por exemplo, hoje, fazem 20 anos que o Cazuza morreu. E eu consigo me lembrar perfeitamente de tudo sobre ele no dia em que ele morreu, 7 de julho de 1990. A chamada do plantão da globo veio de tarde, acho que umas 2 horas da tarde. Estava em um dos raros momentos com a minha mãe e o meu pai em casa (coisa muito difícil de acontecer, porque quando meu pai não estava em Belém trabalhando no quartel, estava viajando), quando apareceu a voz do Sérgio Chapelein anunciando que o poeta havia morrido. Pra mim, que na época tinha 7 anos, foi um tremendo choque, porque gostava muito das músicas dele. Digo que o Cazuza foi o meu primeiro herói que se foi. Me lembro de voltar pra casa da escola e ouvir nos rádios as músicas dele e do barão Vermelho, que eram febre na época em que saiu, pra mim, depois de Pink Floyd, Led Zeppelin, Beatles e Creedence, aquilo era música no Brasil.
Até hoje, escuto com muita atenção e saudade O poeta está vivo, que na minha opinião, expressa a maior saudade do Cazuza.
Baby, compra o jornal
e vem ver o sol
Ele continua a brilhar,
apesar de tanta barbaridade
Baby escuta o galo cantar,
a aurora de nossos tempos
Não é hora de chorar,
amanheceu o pensamento
O poeta está vivo, com seus moinhos de vento
A impulsionar a grande roda da história
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de ventos
Se você não pode ser forte,
seja pelo menos humana
Quando o papa e seu rebanho chegar,
não tenha pena
Todo mundo é parecido, quando sente dor
Mas nu e só ao meio dia, só quem está pronto pro amor
O poeta não morreu,
foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
e nos contou
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de ventos
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento....
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